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Porque o computador tem um papel preponderante em pessoas com autismo

Atualizado: 2 de abr. de 2020


Autismo e Computador

A ferramenta que se tem mostrado cada vez mais efetiva na educação de pessoas com autismo, é o COMPUTADOR.

Basicamente quatro aspectos sobre o uso do computador em educação especial são relevantes para o seu uso com autismo:

Aumenta a habilidade de comunicação;

Melhora a cognição;

Ajuda nas atividades que envolvem coordenação motora.

(Montoya, 2000).

Pode também ajudar dentro da política educacional de inclusão em escolas regulares (Williams, 2001).

De acordo com Murray e Lesser (2001): “Computadores nos remete diretamente a ‘tríade de prejuízos’... Computador nos permite uma fácil maneira de reunir canais de atenção com um mínimo de mútuo desconforto (em relação à criança e ao educador/ professor), isto nos permite driblar algumas das dificuldades mais características dentro do espectro do autismo”. A maioria dos trabalhos existentes sobre autismo e computadores está vinculada a COMUNICAÇÃO (Emerson, 1996).

Além da Comunicação, o computador vem sendo usado em autismo para ajudar na aquisição de vocabulário ( Moore e Calvert, 2000), alfabetização, independente de a criança ser verbal ou não verbal, e assim como no processo de melhorar os déficits em interação social em crianças com autismo ( Bernard – Opitz e colegas, 2001).

Estudos feitos na Suécia por Heimann e Tjus (1996), entre vários outros autores, também demonstram a eficácia do uso do computador na aquisição de fala em crianças com autismo. Um dos exemplos é o uso do programa Fast For Word, desenvolvido por Tallal e colegas (1997) e que vem sendo utilizado com sucesso como um “programa de treinamento em linguagem”.

Sobre o uso de softwares/programas específicos em computador com crianças com autismo, é importante salientar que:

Normalmente os programas ou softwares são caros;

Sempre devemos pedir um cd rom demo, para ver se o programa atende as nossas expectativas.

O uso do computador torna-se importante exatamente por oferecer aspectos similares ou “a mesma maneira de pensar” que as condições do autismo impõe:

Como em autismo, também com o computador nós temos que “ensiná-lo” tudo (nós temos que instalar todos os programas necessários);

Computador tem um pensamento literal. Se eles não entendem o que você quer, quase sempre “congelam” (pessoas com autismo também demonstram uma ter uma forma de pensar literal);

As vantagens oferecidas por computadores na educação da pessoa com autismo são várias entre estas:

Ambiente estruturado,

Respostas previsíveis,

Organização visual,

Auxilio individual (1:1)

Para poder tirar o máximo proveito do uso do computador com crianças com autismo, de acordo com minha experiência, não se faz necessário softwares especiais, ou hardwares de última geração. O que se deve ter em mente é que o software deve ter ambientes (na tela) objetivos, lógicos, reais, sem muitos estímulos visuais, de preferência com bonecos, desenhos ou até mesmo fotos de figuras humanas, animais, ou de ambientes reais em geral.

Além disso, o mais importante é conhecer bem o aluno. Seus pontos fortes e os fracos, características de aprendizagem, talentos, habilidades, e com isso preparar um guia do seu trabalho com a criança. Ë importante lembrar que cada criança é uma criança, é o que pode funcionar bem com uma, ser justamente o oposto com a outra. Conforme mencionado anteriormente, o respeito pela maneira de aprender e pensar da criança com autismo é fundamental para o sucesso de qualquer abordagem educativa que se pretenda usar na educação da criança com autismo.

Em conclusão, como infelizmente, ainda não temos cura para o autismo, educação é o mais efetivo tratamento em autismo. Computadores são somente parte desse processo educativo, e não a solução.

Hoje, computadores são grandes parceiros no processo educativo da criança com autismo. Em minha opinião os computadores podem ajudar e muito neste processo se seguirmos algumas considerações básicas:

Cuidado com o tipo de reforço que acompanha o software;

Sempre use programas bem estruturados, de manejo claro, sem muitos estímulos visuais;

Prestar atenção nas habilidades e dificuldades apresentadas pela criança;

Respeitar o ritmo de aprendizagem da criança;

Existe uma gama enorme de programas no mercado, nem sempre o mais caro é o melhor...

Troque idéias com pais e outros educadores regularmente;

Não queira ser um super pai/ mãe, nem um (a) super professor (a);

Não espere milagres!

Confie no seu trabalho!

Lembrando as palavras de um educador europeu: “No computer, no digital cameras, and no Internet could replace personal human contact, but the technology can provide an improved communication framework making it possible to establish a more successful mutual dialogue” (Hansen, 2000).


BIBLIOGRAFIA:

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Fonte: Valéria Llacer Bastos Ribeiro – MEd Special Education – Autism

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